Larri Passos

Numa noite de sexta-feira uma estrela brilhou para o pequeno Larri. Enquanto a mãe trabalhava ele foi olhar uma partida de tênis e o convidaram para pegar as bolas. Foi amor à primeira vista.


O destino apresentou uma raquete para um menino chamado Larri Passos, um gaúcho de família humilde da pequena cidade de Rolante. Nesse dia começava uma grande história do tênis. Seu pai, Almiro dos Passos, era um exímio montador de calçados. Nos anos 60 foi tentar a vida com a família em Novo Hamburgo, um importante centro calçadista da época. A mãe, Orestina dos Passos, foi trabalhar na requisitada cozinha da Sociedade Aliança, um dos clubes mais nobres da cidade. Numa noite de sexta-feira uma estrela brilhou para o pequeno Larri.

Enquanto a mãe trabalhava ele foi olhar uma partida de tênis e o convidaram para pegar as bolas. Foi amor à primeira vista. Um dia recebeu um presente ainda mais raro para aqueles tempos das mãos de Adanilo Müller, um dos professores do clube: uma raquete de tênis ano de fabricação 1957, ano que Larri Passos nasceu. Foi como um talismã que transformou a sua vida e de tantos outros tenistas que cruzaram seu caminho. Larri queria desfrutar mais daquele presente. Com aquela raquete descobriu o dom para ensinar. Aos 15 anos era sparring da escolinha da Sociedade Aliança. Dois anos depois já era responsável pela escolinha do clube. Continuou sua trajetória no antigo Sauna tênis clube, atual São Leopoldo tênis clube, e na Sociedade ginástica, também no Rio Grande do Sul. À noite ainda encontrava tempo para estudar pois planejava cursar a faculdade de Educação física (formou-se em 1983 pela FEEVALE).

Em 1979, quando viajar para fora do Brasil era quase impossível, Larri recebeu uma proposta para conhecer os Estados Unidos. Ele sonhava em buscar novos aprendizados na América. Lá conheceu o grande inspirador de sua carreira: o australiano Harry Hopman, que para Larri era um exemplo de humildade e perseverança. Aquele contato motivou Larri a dedicar-se ainda mais ao esporte. Em 1986 partiu para Santa Catarina a convite de Venício Barbosa, pai do jogador Marcus Vinícius Barbosa, o ''Bocão'', que queria ver o filho treinando ao seu lado. Larri era um grande paizão dos jogadores.

Trabalhador, disciplinado, exigente e talentoso, era o homem perfeito para educar os filhos no circuito de tênis. Não demorou para a fama chegar aos ouvidos de Aldo Kuerten, um grande admirador do trabalho dele. Aldo Kuerten fez um pedido que anos mais tarde mudaria a história do tênis brasileiro. Ele queria que Larri treinasse o filho Guga. Larri jamais esqueceu daquela promessa. Aldo morreu e anos depois, Larri convidou o menino Guga para conhecer um mundo de descobertas. Partiram para a equipe de tênis da Ceval, na cidade catarinense de Gaspar. Quando Larri saiu do grupo Guga bateu pé firme e disse que seguiria a jornada com ele. Três estrelinhas estavam reservadas para o universo deles. Em 1997, 2000 e 2001 Gustavo Kuerten foi campeão de Roland Garros e esteve como número um do mundo por 43 semanas. A dupla deixou como legado uma história de amor, cumplicidade e trabalho. Larri Passos continua um homem incansável. Ela faz de sua história de vida a inspiração para conquistar novas estrelas.

Tema da palestra:

• Case motivacional esportivo de competitividade, liderança e superação