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Vera Cordeiro
Vera Cordeiro é médica e trabalhou por 20 anos no Hospital da Lagoa. Já ganhou diversos prêmios por causa do plano de ação familiar, que inclui saúde, educação, moradia, renda e cidadania. São dez unidades espalhadas por seis estados brasileiros mas a matriz é no Rio de Janeiro, onde cerca de 500 voluntários trabalham.
Vera Cordeiro é médica e trabalhou por 20 anos no Hospital da Lagoa. Foi lá de onde surgiu a inspiração para fundar e presidir a ONG ''Saúde criança'', eleita a ONG número 1 da América Latina e a 21° do mundo, que mesmo com poucos recursos já atendeu mais de 50 mil crianças.
Ao atender os pacientes na pediatria do hospital, Vera percebeu que o ato médico não se completava; conseguia tratar a doença mas as crianças voltavam para casas insalubres, com pais muitas vezes desempregados, sem condições de dar os cuidados adequados após a alta hospitalar.
Estava diante de um círculo vicioso: miséria, internação, alta, reinternação e muitas vezes morte. A frustração diária a levou a criar um movimento dentro do hospital e junto à sociedade civil para fundar, em 25 de outubro de 1991, a associação ''Saúde criança'', que aborda a real causa de muitas das doenças tratadas em hospitais públicos: a miséria.
No começo Vera rifava objetos pessoais para angariar recursos. A associação ''Saúde criança'' é um empreendimento social sem fins lucrativos e sem filiação política ou religiosa, que criou uma metodologia pioneira visando reestruturar as famílias de crianças com doenças crônicas e vítimas da desigualdade social, além de promover um estilo de vida auto sustentável.
Como a pobreza e a miséria são multidimensionais o ''Saúde criança'' trabalha de forma multidisciplinar e integrada em cinco áreas: saúde, moradia, cidadania, renda e educação; portanto atua no cerne da inclusão social promovendo o desenvolvimento humano.
O trabalho se baseia no ''Plano de ação familiar'' (PAF), conjunto de ações com metas e prazos de execução. O PAF é elaborado (em parceira com a família) por uma equipe formada por assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos, psiquiatras e advogados, entre outros.
Cada família é atendida (individualmente) a partir das suas necessidades e potencialidades durante um período de aproximadamente dois anos, para que possa adquirir autonomia e dignidade.
Existe um grupo de triagem formado por médicos, enfermeiros e assistentes sociais que escolhem nos hospitais públicos as famílias que vivem abaixo da linha da pobreza.
É construido então (com a família e com psicólogos, nutricionistas e profissionais) um plano de ação familiar baseado em cinco áreas: apoio jurídico, reforma de moradia, medicamentos, alimentação e cursos profissionalizantes. ''Eles têm várias ações a cumprir e, se não cumprem, nós também não ajudamos, e a família pode ser desligada do programa''.
Cada família custa em torno de R$ 800 por mês e o apoio dura dois anos em média. A família tem que atingir várias metas nas cinco áreas. Tem que ter um salário mínimo, uma moradia minimamente decente, todos os irmãos da criança doente têm de estar na escola e o responsável pela criança tem que estar profissionalizado.
Hoje a ONG ''Saúde Criança'' tem reconhecimento internacional. Já ganhou diversos prêmios por causa do plano de ação familiar, que inclui saúde, educação, moradia, renda e cidadania.
São dez unidades espalhadas por seis estados brasileiros mas a matriz é no Rio de Janeiro, onde cerca de 500 voluntários trabalham.
Temas das palestras:
• Saúde
• A saúde social
• Saúde: um direito de todos
• Educação
• Empreendedorismo
• Familia
• Qualificação profissional
• Mulheres de sucesso
• Qualidade de vida
• Recursos humanos
• Motivação
• Inclusão